Apesar de me decepcionar na maioria das vezes, gosto muito e acompanho o cinema brasileiro. E, para mim, um dos poucos que merecem ser vistos para ontem é A Lira do delírio. Lançado em 1978, escrito, produzido e dirigido pelo Walter Lima Jr. E que assisti meio que sem querer, em uma aula de Argumento e Roteiro para cinema.
O filme conta com a atuação de Paulo Cesar Pereio e Anecy Rocha, que morreu antes da montagem do filme. Alguns dizem que foi devido a um acidente de carro. Outros que ela foi pegar o elevador e surprise! O elevador não estava lá. Aí que o filme acabou servindo como uma homenagem póstuma também.
A organização das cenas e a maneira como os conflitos se apresentam causam a impressão de que o roteiro foi parido ao longo das gravações. É tudo muito surpreendente e repentino. Nada da cena anterior dá pistas do que pode acontecer depois.
O filme gira em torno do delírio do carnaval misturado com a realidade. Quando o consciente perde seu caráter racional e a partir daí tudo se torna possível. Desde um affair sequestrador de bebês ao taxista bissexual e assassino. Uma viagem.
Na primeira etapa do filme, rodada em 16 mm no carnaval de Niterói de 1973, os atores envolveram-se em episódios reais de violência nas ruas. Na segunda etapa, rodada em 35 mm e três anos depois, os atores improvisaram boa parte da história policial de sequestro e assassinato. E ainda usaram os próprios nomes e temperamentos pessoais.
Algumas cenas do filme:
Pamela Mascarenhas
ALL IN! 