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E o Haiti?


Fiquei com raiva de mim porque pretendia postar uma matéria com bolsas que nunca poderei comprar (assunto mega inútil, inclusive) quando resolvi encarar o que rolou com o Haiti. Lembrei dos ensinamentos de Toscani e me senti o cocô do Sarney.

Tudo bem que posto as matérias da categoria ‘mulherzinha’ mais por brincadeira. Sempre gostei de moda. Até queria ser estilista. Mas nunca fui ligada à marcas. Prefiro usar as bolsas e roupas que minha mãe faz. Sai mais barato, mais bonito e não faço a “garota propaganda que não recebe nada em troca”. Eu seria tudo o que odeio se postasse uma matéria com bolsas caríssimas neste momento. Mesmo que fosse só de onda.

Sempre evitei acompanhar tragédias. Porque no lugar de um angustiado haveriam dois e, como não poderia ajudar, ficaria mais arrasada. Um ex-professor de Yoga havia me ensinado a ser uma pessoa egoísta e escrota. No sentido de não sofrer pelo problema dos outros. Cuidar dos que você já têm. Ele dizia que não adianta sofrer pelo o que outra pessoa passa. Cada um recebe a cruz que pode carregar e tem que aprender com seu sofrimento. Ou seja, ninguém tem que resolver os meus problemas por mim e assim vai. (Todomundo ‘sifudendo’). Pensamento meio hinduísta, aquele lance de como cada um tem que lidar com o próprio carma.

Tentei fugir da situação do Haiti. Sabia que a situação era caótica e pensava que não poderia fazer nada por eles. Mas não teve jeito. A capa de um jornal carioca me deu um soco e alguns tapas na cara.

As pessoas, no Haiti, estão nas ruas sem saber o que fazer e sem ter para onde ir. Os Hospitais e Escolas, entre outras instituições, desabaram. E, para completar, a situação fez com que surgisse uma onda de saques e tiroteios por lá.
O blog fotográfico do New York Times (www.lens.blogs.nytimes.com/2010/01/15/assignment-19) tem umas fotos inacreditáveis do Damon Winter, que mostram como está a situação do país cuja taxa de analfabetismo é de 34%. A foto na qual se vê um amontoado de bebês e crianças mortas (foto 08) é de fatiar o coração até de pessoas sensíveis como Mr. George W. Bush.
Não tive coragem de colocar nenhuma das fotos aqui.

Dá para doar dinheiro para Unicef e para a CARE através do site http://www.google.com/relief/haitiearthquake. A Unicef tem enviado água potável, produtos de higiene e limpeza, alimentos terapêuticos, medicamentos e abrigos temporários para Jacmel e Porto Príncipe. E se comprometeu em proteger as crianças que foram afastadas da família.
Outros sites como o da Cruz Vermelha e dos Médicos sem Fronteiras também recebem doações.